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UNÇÃO MINISTERIAL

UNÇÃO MINISTERIAL

Em primeiro lugar precisamos definir o que é Unção Ministerial, porque creio que existe alguma confusão na mente de pastores e lideres eclesiásticos sobre esse assunto.

Unção é a capacidade espiritual dada por Deus sobre um indivíduo para desenvolver uma chamada, uma tarefa, uma função, um trabalho especifico. Então Unção Ministerial é a capacidade para desenvolver um ou mais ministérios e dons dados por Deus, conforme está descrita em Sua Palavra em I Coríntios 12 e outros textos.

Mas, Unção Ministerial também pode ser entendida como o poder e a autoridade que um indivíduo recebe por pertencer a um ajuntamento de pessoas, que comumente chamamos de “igreja” ou por estar debaixo da autoridade de uma liderança eclesiástica genuína levantada por Deus.

No Reino de Deus existem hierarquias no mundo espiritual, mas também existem hierarquias no mundo material, podemos perceber isso claramente na Palavra de Deus ao vermos que a Igreja tem os apóstolos, bispos, presbíteros, que estão no comando e sob a autoridade desses estão os pastores que estão na liderança das igrejas locais.

Vejamos o exemplo de um grande exército, a semelhança dos Estados Unidos ou mesmo a Rússia, o poder bélico que essas nações possuem é imenso se comparado a pequenas nações, consequentemente o alcance desses exércitos também é muito maior e a quantidade de operações simultâneas é inimaginável visto de fora. Assim ocorre com uma grande igreja, a capacidade de ir mais longe, fazer mais, atingir mais pessoas, ganhá-las para Jesus, transformá-las em discípulos e depois em servos. A estrutura da igreja envolve ministérios e dons para o aperfeiçoamento dos santos.

A Bíblia mostra o poder de um grande exército e a pequena capacidade dos menores:

Levítico 26:8 – Cinco de vós perseguirão cem, e cem dos vossos perseguirão dez mil, e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós.

Deuteronômio 32:28-31 – Porque o meu povo é gente sem juízo e sem entendimento. Quem dera fossem sábios e perspicazes; então discerniriam qual será seu fim! Como poderia um só homem perseguir mil, ou dois fazerem fugir dez mil, a não ser que a sua Rocha os tivesse vencido, a menos que o SENHOR os tivesse abandonado? Porquanto a rocha deles não é como a nossa Rocha; e os próprios inimigos afirmam essa verdade.

Josué 23:10 – Um só de vocês faz fugir mil, pois o Senhor, o seu Deus, luta por vocês, conforme prometeu.

Existem verdadeiros ministérios, verdadeiras igrejas em que o respeito e obediência à Palavra de Deus são exigências que não podem ser descumpridas e esses servem de modelo para que mais homens de Deus se ajuntem para que milhões de pessoas sejam alcançadas pelo poder do Evangelho. O foco é o avanço do Reino de Deus. Quando pensamos em Unção Ministerial estamos pensando no poder da unidade da Igreja. Quanto maior esse ministério maiores serão os meios, subsídios, finanças, equipamentos, etc. e acima de tudo maior será a quantidade de pessoas envolvidas para que todo esse aparato funcione. Por uma questão legal e fiscal para trabalharem devidamente, esses verdadeiros ministérios também se fundem em denominações, mas, por princípios bíblicos, conseguimos separar o joio do trigo, ou seja, dentro as denominações separamos o que é igreja e o que é empresa.

A igreja primitiva era muito poderosa, tinha problemas também, afinal foi um crescimento muito rápido, mas a descrição de Atos nos faz desejar voltar às origens, em que tinham tudo em comum, era um só coração, uma só fé. Com a perseguição em Jerusalém a igreja foi dividida, mas não desunida, o Evangelho foi propagado a outras regiões. Todos eram cheios da Palavra, do Espirito Santo, de autoridade e poder, de sabedoria. Naquela época não havia denominações, era a Igreja da cidade tal, era a Igreja que crescia, não esse ou aquele ajuntamento.

Infelizmente as denominações surgiram em algum ponto da história e com elas as diferenças, as divisões, os grandes problemas, os grandes embates, os sofrimentos. Essas brechas deram origem a certas denominações que, na realidade, tem status de empresa e seus líderes são CEO’s (que mais se assemelham a ditadores), usando a fachada denominacional para realizarem negócios rentáveis, lucrativos. O problema é que o produto principal a ser negociado por esses é o evangelho. Nesse tipo de negócio os pastores locais são gerentes de loja com metas financeiras que precisam ser batidas à semelhança de uma loja de departamentos ou agência bancária, e aqueles que não batem essas metas são demitidos, gerando pessoas frustradas, deprimidas, doentes espiritual e fisicamente. Conforme Mateus 7:21-23 esses iníquos, que assim fazem, sofrerão a pena que já está determinada por Deus.

Essas grandes denominações, por erro dos seus CEO’s, perdem muitos quadros preciosos. Nesses quadros estão homens sinceros que foram enganados ao pensar que estavam numa igreja, outros porque são interesseiros e enquanto convinha estavam ali para se locupletar, enfim, há todo o tipo de gente. Tenho conhecimento que de uma única grande denominação centenas de gerentes de lojas (pastores locais) saíram dando origem a centenas de pequenas denominações,

Existem várias analises[1] escritas sobre os erros dos super líderes, seus isolamentos, desconfianças, megalomanias, Deus só fala com eles, se auto proclamam apóstolos, se assemelham a Moisés, nesse mesmo portal o leitor pode encontrar essas análises.

Como afirmei no parágrafo anterior, tenho visto muitas lideranças eclesiásticas (não gosto de chamá-los de pastores, até mesmo porque, hoje, usam tantos títulos como apóstolo, bispo, etc.) ameaçando e amaldiçoando pessoas que ousam confrontar suas lideranças, ministérios, posturas, pregações, atitudes. Usam diversos textos bíblicos para justificarem suas atitudes ameaçadoras e costumam se comparar a Moisés afirmando que qualquer um que se levantar contra estará assinando seu atestado de óbito.

Quem foi Moisés? Moisés, símbolo e figura de Cristo, amigo de Deus, homem mais manso da terra, falava com Deus face a face, nunca mais houve outro homem como ele. Por isso, devido à grande importância que Moisés teve no cenário bíblico, quando Miriam e Arão se levantaram contra ele, Miriam foi punida com lepra. Outro caso que mexeu muito com o povo de Israel aconteceu com Coré, Datã e Abirão que se desafiando a sua autoridade e se revoltaram frontalmente contra Moisés, por isso Deus fez a terra se abrir e os engoliu vivo com todas as suas famílias. Por que aconteceu isso? Tudo o que acontecia no Antigo Testamento era sobra do que viria na nova dispensação. Moisés símbolo e figura de Cristo, Deus deixou claro que não podiam ir contra a autoridade de Cristo.

Autoridade e submissão e totalmente bíblica, mas ameaça não é. Líderes eclesiásticos usam esses e outros textos para amedrontar os que não concordam com os seus erros e mentiras, mas se esquecem que não são semelhantes a Moisés, nem tão pouco possuem seu currículo. Na realidade chamar algum líder eclesiástico de Moisés é um total disparate, uma afronta a Palavra de Deus, pois nenhum desses líderes modernos se assemelham aquele homem de Deus, que foi, como já vimos, uma sombra do que é Jesus Cristo, o verdadeiro libertador.

Um verdadeiro homem de Deus jamais ameaçará alguém com maldição, ou afirmando que ao se levantarem contra si estarão assinando seu atestado de óbito, se estiver fazendo isso, fuja, porque não é homem de Deus, ou mesmo um pastor de ovelhas, mas com certeza será um lobo infiltrado ou mesmo um mercenário. Um verdadeiro homem de Deus não teme ser analisado ou mesmo julgado, porque sabe que a sua vida está perante Deus e Dele ninguém se esconde.

Podemos ir contra a autoridade? Claro que não… Mas ao comparar fatos, palavras, ações com a Palavra de Deus e ver que não combinam, não é obrigado a ficar debaixo dessa autoridade, e não é necessário denegrir ou falar mal, se houver abertura de tal autoridade fale o que não está correto, se ouvir poderá haver mudanças, se não ouvir há liberdade. Se tal autoridade não ouvir e ainda ameaçar e amaldiçoar, com certeza esse não é homem de Deus.

Nós pastores precisamos ser imitadores de Cristo, no caráter, na honra, na vida, na compostura, no amor, na dedicação, no pastoreio, no cuidado, e se, assim formos, ainda estaremos sujeitos a que se levantem contra nós, pois assim fizeram com o próprio Jesus Cristo, e com todos os homens de Deus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento e em toda a história da Igreja. Mas também haverá os que querem nos imitar, à medida que formos imitadores de Cristo e por isso seremos julgados e analisados a todo o tempo.

Vamos nos fixar e nos concentrar nas pessoas sinceras, que têm chamada de Deus e que desejam a expansão do Seu Reino. Ao saírem da grande denominação querem continuar a pregar o Evangelho e no desempenho de sua chamada, começam um pequeno ministério que logo se tornará numa pequena denominação (por questões legais e fiscais). O número de pessoas que frequentam essas pequenas denominações é limitado. A consequência disso é que pastores que viviam a tempo integral, hoje, precisam trabalhar para garantir o seu sustento e o de sua família, e na mesma precisam estar preparados para pastorear o seu pequeno rebanho que tem necessidades, tal e qual os grandes rebanhos. Isso gera frustração porque não conseguem implementar projetos, nem tão pouco conseguem crescer como estavam acostumados, além do trabalho que cansa, muitas vezes precisam ficar acordados até tarde atendendo alguém com alguma necessidade espiritual. Infelizmente, pequenos ministérios, em sua maioria, não conseguem suprir as necessidades dos pastores, afinal dignos são os obreiros dos seus sustentos, é bíblico (I Timóteo 5:18). Além disso também há frustração porque querem implementar os seus conhecimentos a luz da Palavra de Deus, mas já não conseguem os mesmos resultados que antes, porque falta pessoal para ajudar.

Percebem como é importante a Unção Ministerial? O que quero propor com esse tema?

Nesse texto tivemos a oportunidade de analisar os grandes ministérios, verdadeiras igrejas que crescem, dão muitos frutos, verdadeiros frutos, fazem a diferença numa cidade, estado, nação. Podemos analisar também os que usam as denominações desvio de função e enriquecem com o evangelho. Apesar desses pontos negativos que destacamos, isso não inviabiliza a proposta da Palavra de Deus acerca dos diversos ministérios que compõem a Igreja.

O que proponho afinal?

Nada mais do que a unidade da Igreja para que a Unção Ministerial quebre o jugo da incredulidade, da indiferença, dos sofismas e sutilezas, quando o povo de Deus, em cada localidade, se torna um só, ao invés de propagarem as diferenças, quando formam um exército, obtém vitorias sobre vitorias. Afinal cinco de vós perseguirão cem e cem dos vossos perseguirão dez mil, ou, um só homem perseguirá mil, ou dois farão fugir dez mil, porque o Senhor, o nosso Deus, luta por nós, conforme prometeu.

Quando somos muitos e unidos não há inimigo que resista a investida da igreja de Cristo e as portas do inferno não podem prevalecer. Quando lutamos cada um ao seu lado temos poucas vitórias, quando as temos; mas quando milhares e milhares de nós somos UM conseguimos mudar totalmente a situação de uma cidade, de um estado ou de uma nação.

Desperta Igreja de Cristo!

 


[1] Lobos e Mercenários da Fé – https://www.andandonagraca.org/site/?p=2085

A Manipulação do Apostolado – https://www.andandonagraca.org/site/?p=1967

Estado Geral das Denominações – https://www.andandonagraca.org/site/?p=1391

Cuidado com Pregadores que Atiçam a Cobiça – https://www.andandonagraca.org/site/?p=1378

Tempos de Afrontas – https://www.andandonagraca.org/site/?p=1299

A Diferença Entre Ser Pastor e Estar Pastor – https://www.andandonagraca.org/site/?p=872

Super Pastores Precisamos Deles? – https://www.andandonagraca.org/site/?p=725

O perigo de edificar uma denominação e não o Reino de Deus – https://www.andandonagraca.org/site/?p=176

 

 

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